- Sabe, Samael. Ultimamente eu ando confuso e abarrotado de problemas.... pessoais, financeiros, de saúde...
- Bah! Mas a vida no século em que tu vives é assim, Jefferson. Já deverias estar acostumado.
- Sim, é normal. Mas parei pra pensar, a grande maioria das coisas sempre acabam sem sentido.
[sussurros]
"O inevitável ciclo da vida nessa sociedade se consiste em:
nascer obrigatoriamente
ser educado
ir à escola
adquirir conhecimento
trabalhar
saber onde investir
mas para que?"
- Pois é, meu jovem Jefferson. Tua percepção desiludida compreende que tudo é superficial neste mundo, conheces bem a verdade sobre este amontoado de pessoas ao teu redor.
- Não, Samael. Embora pareça, a realidade é que nem tudo é simplório nesse mundo.
- Sobre o que estas falando, meu caro?
- Sobre um sentimento. Não só um instinto animal, mas esse sentimento é a base de todo o universo. É o que da sentido à vida, a única coisa.
- Interessante. E que sentimento seria este, pequeno Jefferson?
- O amor.
[sussurros]
"O que invade a alma e devasta o interior
O que aquece sem queimar
Motivação para um sofrer infinito
Sem recompensa e sem remuneração
A beleza mais pura e desgovernada
O que é sentido sem perceber
E é aluido logo que nos consome"
- Por isso dormimos, amigo Samael.
- Por causa do amor?
- Sim! E por isso comemos!
- Comer por causa do amor, menino Jefferson?
- Exato! E é por isso que sorrimos e dançamos!
- Que?! Tu danças para o amor?
- Evidentemente... Vivo para o amor... Vivo para o meu amor... É o que me trás à vida...
[sussurros]
"Uma paixão correspondida pode motivar o coração humano à ser melhor.
sorrisos
uma prece
palpitação
olhos nos olhos
perfume
talvez nunca fale
para as asas da harmonia
caminho celeste"
- Não sonhes assim, querido Jefferson. Teu nome não tem significado, tua essência logo se desprenderá deste mundo físico e o que restará para aqueles que ficarem será apenas lembranças de tua existência.
- Sou ciente da morte, companheiro Samael. Por isso viverei o certo, e agora, para nunca me arrepender das promeças que fiz e dos intentos à cumprir.
- Serás bem pago quando fores, tens belos propósitos.
- Não, apenas sei como usufruir das palavras...
- Que segredo... rsrsrs
sábado, 25 de outubro de 2008
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